terça-feira, 2 de novembro de 2010

Instintos

Instintos
Dueto Poético- Mirella Lima e VдฝקּYЯΘ☥


Ela:

Meus instintos insensatos te buscam em pensamentos

Minha alma clama em saudades

Sinto-me deliciosamente atormentada

Vagando em versos e prosas em busca de ti

Sombria ilusão da noite

Ele:

Enfeitiço-me,nas amarras das noites enluaradas

Exorcismos de magias pardas, crepusculadas pela maresia em tons suaves da lua cheia.

O sol já me excomungou e a madrugada escorrega como vinho lento pela minha garganta aberta.

Declamo palavras apaixonadas, lembranças de um pensamento que é maré e luz de fogo-fátuo renascido nas cinzas da pira encantada onde deposito meus sonhos.

Já te silenciaste, o vento contigo.


Ela:

Magia dos seres noturnos que vagueiam em busca de amor

Com meu coração crescente em desejos te espero

Mago dos meus sonhos, poeta das ilusões

Respiro teu romantismo a espera de palavras ávidas de sentimentos.
Toco em teus labios desejosos dos meus

Meu corpo te aguarda com impaciencia.


Ele:

Um veludo de toque intenso,

seda mais pura em névoas de madrugadas,
Desejos de sonhos, sufocados no infinito da alma,

fogos que ardem, invisíveis ao olhar,

sorrisos de fogo,em lábios teus,na mais pura calma.

Ela:

Sente em silêncio, não tenha medo!

Seja a luz que ilumina com maestria

Como se fosse a vela que me incendeia

Que se reacende a cada toque teu.

Nos corpos lânguidos de poesia

Ele:

Perco-me no crepúsculo ondulante,

traço linhas confusas no compasso da pele,

afundo-me na procura incessante

dos ecos e da saudade ,

na sublime insanidade oculta por detrás do toque,

sem fronteiras ou maldade.


Ela:

Abafe meus gemidos, revelando-se a mim

Em metamorfoses que calam os sentidos

Vem com o mesmo despudor,com que se apropria de mim

Como sopro divino, tentador e sedutor

Numa dança descompassada,

Do qual se bebe a seiva do amor


Ele:
Remo agora, contra a corrente do corpo,

um desejo que esvoaça, estilhaçado, já dominado.

E ao anoitecer madrugado nos lírios selvagens,

Saúdo a manhã gloriosa

Em eternos sorrisos,que raptam a minha alma.

Colho orvalhos para saciar a fome de amor,

Doces são os frutos das manhãs,

e a amarga a solidão das noites sem teu calor.